terça-feira, 8 de julho de 2014

Três pequenos comentários sobre o vexame

1- Felipão está na entrevista coletiva. O treinador afirma que a Alemanha passou, nas últimas duas Copas, por experiências equivalentes à que o Brasil vivencia agora. Quer dar a entender que a derrota pode ser o primeiro passo para uma eventual redenção daqui a quatro anos. A analogia me parece imperfeita. Em 2010, a Alemanha bateu Inglaterra e Argentina nas oitavas e nas quartas, respectivamente, com goleadas estupendas. Já o Brasil superou, nas mesmas fases de 2014, Chile e Colômbia, mas jogando mal, fazendo parcos gols com a ajuda da bola parada. Os fracassos recentes da Alemanha foram muito diferentes.

2- Se, em 1994, havia imensa ansiedade por título, já que o Brasil não ganhava uma Copa desde 1970, a ansiedade agora é outra. O jejum de taças não é tão grande, mas a ausência de bom futebol em Copas é longa e estarrecedora. O futebol brasileiro anseia pela antiga magia a que Schweinsteiger fizera menção dois dias antes da partida. Em 90, 94, 98, 2002, 2006, 2010 e 2014, não houve plateias embevecidas com o escrete canarinho. Houve, sim, muita gente obcecada por engordar o seu currículo, enfeitar seu portfólio, condecorar seu mandato, fosse como fosse. Enquanto a prioridade não voltar a ser praticar o jogo de forma virtuosa, não haverá futuro.


3- Na Copa Sul-Americana de 2011, a Universidad de Chile esmagou o Flamengo, no Engenhão, por 4 a 0. Atuação histórica, pondo o rubro-negro na roda. Sampaoli dirigia a equipe chilena. Luxemburgo era o técnico do Flamengo. Meses depois, o Barcelona massacrou o Santos na decisão do Mundial de Clubes. Guardiola nocauteou Muricy. Faltava apenas um dentre os três mais prestigiados técnicos do Brasil nas últimas décadas levar uma sova histórica de algum adversário estrangeiro. Não falta mais. O time de Löw destruiu implacavelmente o de Felipão. 

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