1-
Felipão está na entrevista coletiva. O treinador afirma que a Alemanha passou,
nas últimas duas Copas, por experiências equivalentes à que o Brasil vivencia agora. Quer dar a
entender que a derrota pode ser o primeiro passo para uma eventual redenção
daqui a quatro anos. A analogia me parece imperfeita. Em 2010, a Alemanha bateu Inglaterra e
Argentina nas oitavas e nas quartas, respectivamente, com goleadas estupendas.
Já o Brasil superou, nas mesmas fases de 2014, Chile e Colômbia, mas jogando mal, fazendo parcos gols com a ajuda da bola parada. Os fracassos recentes da Alemanha foram
muito diferentes.
2-
Se, em 1994, havia imensa ansiedade por título, já que o Brasil não ganhava uma
Copa desde 1970, a ansiedade agora é outra. O jejum de taças não é tão grande,
mas a ausência de bom futebol em Copas é longa e estarrecedora. O futebol
brasileiro anseia pela antiga magia a que Schweinsteiger fizera menção dois
dias antes da partida. Em 90, 94, 98, 2002, 2006, 2010 e 2014, não houve
plateias embevecidas com o escrete canarinho. Houve, sim, muita gente obcecada
por engordar o seu currículo, enfeitar seu portfólio, condecorar seu mandato, fosse
como fosse. Enquanto a prioridade não voltar a ser praticar o jogo de forma
virtuosa, não haverá futuro.
3-
Na Copa Sul-Americana de 2011, a Universidad de Chile esmagou o Flamengo, no
Engenhão, por 4 a 0. Atuação histórica, pondo o rubro-negro na roda. Sampaoli
dirigia a equipe chilena. Luxemburgo era o técnico do Flamengo. Meses depois, o
Barcelona massacrou o Santos na decisão do Mundial de Clubes. Guardiola
nocauteou Muricy. Faltava apenas um dentre os três mais prestigiados técnicos do
Brasil nas últimas décadas levar uma sova histórica de algum adversário
estrangeiro. Não falta mais. O time de Löw destruiu implacavelmente o de
Felipão.
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